Tuesday, August 31, 2010

O Sami chegou!




O Sami chegou e é muito lindinho. Tem até olhos azuis, o guri!

Mamãe (nossa amiga Maria) e bebê passam muito bem. Passam o dia em casa, fugindo do calor tunisiano.

Havia me esquecido do Tai Chi



Acho que fiquei tão, tão leve, mas tãããooo leve, que me esqueci que fizemos uma aula de Tai Chi.

O Kim, nosso "personal tai chi master", foi até o hotel em Yangshuo para nos introduzir nessa arte marcial milenar.

Como ele também ensina kung-fu, ainda recebemos algumas liçoes de luta. As crianças curtiram mais essa parte...

Monday, August 30, 2010

De volta à casa, felizes mas acabados!

Fizemos uma maratona para chegar em Túnis. Saímos à pé do nosso hotel em Ping´An, descemos o morro e pegamos uma van para uma viagem de 2 horas até o aeroporto, em Guilin.

De lá fomos para Kuala Lumpur (de novo!!) num vôo de 4 horas. Teríamos que esperar umas 10 horas no aeroporto, mas conseguimos antecipar nosso vôo e ir antes para Doha (Qatar). Foi o võo mais longo, com 8 horas.

Funcionou bem, mesmo tendo que esperar as mesmas 10 horas no aeroporto de Doha. Pelo menos era noite escura e deu para ficarmos amontoados num canto, com o aerporto bem mais vazio. Outro ponto positivo, serviam comida no Ramadan, porque já era noite.

Então pegamos o último vôo, para Tunis. Foram 5 horas. Ou seja, umas 40 horas de percurso!

Chegamos acabados, mas felizes.

Foi uma experiência mágica, cheia de aventuras e aprendizados. É incrível ver como todos cresceram nessa viagem. A Sofia e o Daniel, então, nem se fala. Acho que eles só vão ter idéia do que foi essa aventura daqui a alguns anos, quando re-lerem esse blog.

Agora é fechar a casa e preparar as malas. Dia 3 de setembro estamos chegando em Paris! Oh lá lá!

Visitando amigos em Ping´An






Um dos destaques da visita à Ping´An foi nossa guia, a Tien.

De manhã, ela nos levou para passear nas montanhas para ver os terraços e foi ótimo. Caminhamos umas 3 horas e voltamos para o hotel para o almoço.

Mas estávamos com a tarde livre e pedimos que ela nos levasse para algum outro passeio. Ela hesitou um pouco, porque o "contrato" dela era fazer um tour pela manhã.

Felizmente ela topou. À tarde, ela nos levou à uma aldeia tradicional, relativamente longe da parte turística.

O passeio ganhou cores de "visita" quando ela encontrou o marido e a filhinha de 2 anos passeando pelo caminho. A tal aldeia tradicional era a vila onde ela cresceu e onde vivem o pai e a avó.

Hoje ela vive na aldeia do marido, com a família dele, conforme a tradição.

Antes de chegarmos à cada da avó ela parou em vários lugares para fazer compras - comida, coisas para casa. A avó ficou muito feliz de vê-la, principalmente porque ela pode ficar um pouco com a bisneta.

Foi uma experiência maravilhosa para nós. Passamos 1 hora na casa da avó apreciando uma cena doméstica rara de se ver, ao menos por turistas.
Deu para ver também com são as proverbiais aldeias chinesas, que abricam 10% da população do planeta.

Antes de chegar à casa da avó, também fomos à uma outra casa de família. Essa era famosa por ser a mais antiga da aldeia. Fomos muito bem recebidos com chá e vinho de arroz.

Havia duas meninhas capetas nessa casa, que fizeram um show de caretas de monstro. Crianças são iguais em qualquer lugar do mundo...

Sunday, August 29, 2010

Terraços de arroz





Só existe um programa em Ping´An, passear pelos terraços de arroz. E que programa!

São mais ou menos 800 pessoas vivendo nessas montanhas, que pertencem à minoria Zhuang (nota - esses são uns 35 milhões, ou seja, comparável à minoria "Argentinos" que vivem no sul da América do Sul).

Cada família de + ou - 5 pessoas possui um lote para cultivar. Cada lote rende em torno de 1500 quilos de arroz, que é consumido pela família. Dá uns 5 kilos por dia, mas deve haver muita perda...

Os terraços foram plantados entre 500 e 700 anos  atrás. Todo o trabalho é manual, pesadíssimo, mas dura "só" 6 meses. O resto do ano eles ficam jogando carta esperando o arroz crescer!

Nós chegamos na época das cartas.

Chegada em Ping´An


Nossa outra parada na República Popular foi em Ping´An. Um lugar completamente inusitado, diferente de tudo o que havíamos feito até então.

Ping´An é uma vila que fica no alto de uma cadeia de montanhas. Essa vila é cercada de belíssimos terraços de arroz, os mais altos do mundo.

Nossa pousada ficava no alto dessas montanhas. Para chegar lá, vamos de carro até a base e subimos à pé para a aldeia. São uns 25 minutos caminhando e subindo escada. O detalhe é que estavávamos cheios de malas.

Eis que aparecem vários carregadores se oferecendo para carregá-las. Sempre mulheres, em geral pouco maiores do que a Sofia!  Eu sabia que íamos ter esse problema, especialmente porque tínhamos uma mala gigante cheia de compras feitas durante a viagem Pesava uns 30 kilos.

Pois bem, elas deram conta do recado. Colocaram tudo em cestas de vime and up we go!

Detalhe, nossa pousada ficava bem lá em cima!

Pato pescador



Conhecemos uma técnica diferente de pescar.

Caniço, vara, rede, tarrafa, lança, etc são ótimas ferramentas, mas é sempre o pescador que trabalha.

Na China eles acharam uma forma de fazer os outros trabalharem para pegar peixe para você. Eles usam uma equipe de patos.

Cada pescador tem uns 6-8 patos. Esses mergulham e trazem o peixe de volta. Para o pato não engolir o peixe, o pescador amarra um fiozinho (meio solto, para não esganar o bicho) no pescoço do pato. Quando ele volta à superfície, o pescador aperta o pescoço do pato e o peixe cai na cesta.

Engenhoso. Pena que os peixes sejam tão muquiranas, com cara de lambari. Eu estava pensando que seriam umas tilápias ou algo assim.

Tudo isso acontece de noite. Não sei exatamente porque. Se são os patos ou o pescador que dormem de dia...

Aula de cozinha chinesa



Um dos pontos altos da viagem à Yangshuo foi a aula de cozinha chinesa. Uma ídéia muito bacana, que começa com uma ida ao mercado, passa pela elaboração de 5 pratos da cozinha regional e termina num simpático almoço com a comida feita durante a aula.

Cada aluno recebe os ingredientes e o equipamento para fazer o próprio almoço. Nós ainda estávamos acompanhados dos nosssos próprios sous-chefs. A Sofia cozinhou comigo e Daniel com a Miroca.

Foram 5 pratos. Vegetais recheados de carne de porco, peixe na cerveja (prato símbolo da região), frango com verduras e caju, berinjela e um tal de espinafre de rio.

A professora demonstrava cada prato e depois era a nossa vez. Uma das características da comida chinesa é que tudo é muito, muito rápido. Os pratos são feitos na Wok em temperaturas altíssimas. 

Foi muito divertido. As crianças adoraram e, o melhor do melhor do melhor, a Miroca se animou para fazer aulas de cozinha em Paris.

Como um marido amantíssimo e dedicado, dou maior APOIO à Miroca para desenvolver suas habilidades culinárias, especialmente àquelas ligadas à cozinha francesa....










Saturday, August 28, 2010

Passeio no Rio Li








O Rio Li é, oficialmente, uma das paisagens mais famosas da China. Está desenhado na nota de 20 yuans.

Mais montanhas, mas a paisagem é ainda mais marcante que a do Yu Long.

E se eu achava que o Yu estava cheio de gente, era porque eu não tinha visto o Li. Tinha congestionamento de barcas, tipo aquelas que vão para Niterói. Mais as centenas de barquinhos como o nosso.


Depois do choque inicial, somos conquistados pela paisagem e pelo entardecer. Ficamos quase 3 horas subindo e descendo o rio.

Aproveitamos o sol do final de tarde para fazer uns retratos dos bimbi, que já estão perdendo aquela expressão de criança.

Como o tempo passa. Não dá nem para piscar...

Montanha da Lua

Subida dura, quase 1000 degraus. Um calor amazônico, sol do meio-dia no quengo. A gente se estrebuchou para chegar lá em cima.

E, para aumentar o fiasco, uma senhorinha de uns 112 anos nos perseguiu até lá em cima corregando uma (pequena) caixa de isopor cheia de bebida geladíssima.

Em função do nosso profundo senso de humanidade e compaixão, compramos praticamente todo o estoque de bebida da senhorinha ao longo do caminho. Sabe como é, só para ajudar...


Para completar a cena patética, ela ainda andava com um mega-leque, que ela usava para nos abanar. Ai, que vergonha!

N. da R.
A Miroca faz questão de dizer que ela também abanou a senhorinha.

Rafting no Yu Long (Rio do Dragão)






Não, não é nada disso que você está pensando. O rafting no Rio do Dragão, que passa na frente do nosso hotel, não tem nada de radical.

Na  verdade, está mais para "floating" do que para "rafting", como nós entendemos essa palavra no Brasil. É um rio bem calminho e nós percorremos uma parte dele numa espécie de jangada de bambu, com um tiozinho empurrando com um outro bambu.

Partimos do nosso hotel (esse das lanternas vermelhas) e chegamos no ponto de partida de bicicleta, passando por estradinhas no meio das montanhas. O passeio no rio durou 1 hora e estava cheio de gente. Eram centenas dessa jangadas.

Na China não existe solidão, pelo menos a numérica.

Ainda assim, foi bem gostoso percorrer o rio e absorver o cenário.

Yangshuo


Yangshuo fica na província de Guangxi e é uma das regiões mais conhecidas da China por sua beleza natural. Ela é famosa pelas suas montanhas, que têm um formato quase sobrenatural.

São formas dramáticas, como rochedos que saem do chão. São milhares deles espalhados por uma ampla área geográfica.


A cidade está espremida entre esses rochedos, que simplesmente aparecem do nada no meio das ruas.

É simpática, agradável para caminhar e tem um comércio bem desenvolvido. Tivemos que bater perna e barganhar bastante, mas fizemos umas comprinhas bem bacanas com preços muito bons!

Várias das lojas eram de artesanato da minoria que mora na região, os "Miao".

Não sei se é por causa do nome, mas esse pessoal é complicado de fazer negócio. Estão sempre tentando nos passar a perna. Os preços pedidos eram sempre umas 4 x maiores do que os preços finais. Nem na Tunísia é assim!

Esse negócio de minoria é meio relativo. Acabei de descobrir que existem 9,6 MM de "miaos" na China. Ou seja, eles são uma minoria comparável aos portugueses.....

Outra piada fácil para o nome "Miao" é dizer que são bem bonitos especialmente as mocinhas. Que tal a vendedora da loja com o Daniel?

Com o tempo, e a vida dura que levam, essa beleza vai desaparecendo. C´est la vie, como diria a minoria gaulesa, que habita o centro-oeste da península européia.