Friday, July 30, 2010

Não existe mais privacidade nesse mundo

Nem do outro lado do mundo a gente consegue paz. Poucos dias após começarmos a surfar em Padang-Padang, o mundo corporativo do surf nos descobriu e resolveu patrocinar nossa praia.

Se não consegue vencê-los, una-se a eles...
Não deu outra, encheu de gente.

Nós, locais, que antes surfávamos em perfeita sintonia com a natureza e em comunhão com as divindades marinhas, tivemos  que nos adaptar...

Tuesday, July 27, 2010

Pé na estrada

Chove no paraíso. Mesmo na época seca. Na verdade, alguns dias de chuva em julho são uma raridade por aqui.

A questão é que o nosso "chateau" balinês não estava muito bem preparado para chuvas. Havia goteira em vários pontos. O problema é que o dono da pousada quebrou os 2 pés quando foi consertar o telhado há algumas semanas e não conseguiu terminar o serviço para o verão.

Conclusão. Viramos sem-teto. Deixamos nossa morada no sul chuvoso e partimos para o norte ensolarado. Lá se vão as pranchas de surf, que venham os pés de pato e óculos de mergulho!


Estamos em Amed, na ponta nordeste da ilha. Para quem quiser se situar, segue um mapa. Estávamos bem no sul, quase em Uluwatu.


Mas não chore por nós, Argentina. Já estamos bem acomodados num simpático resort. Poderia ser chamado pé-na-areia se a praia tivesse areia em lugar de um monte de pedregulhos. 

Acho que vamos ter que nos contentar com a piscina e com os passeios de barco!



Sunday, July 25, 2010

Dança do fogo em Uluwatu


Nós estamos bem no sul da Iha de Bali, quase na pontinha. Essa ponta se chama Uluwatu e é uma das praias mais famosas de surf daqui.


Uma das particularidades de Bali, que a distingue do resto da Indonésia, é que o hinduismo é a religião predominante. Uma versão bastante adaptada com influências locais, mas, ainda assim, com muitas referências originais indianas.

Em cada um dos pontos cardiais, existem templos importantes.  Voltados para o mar, em geral em penhascos, esses templos possuem vistas impressionantes.


A dança que vimos era a dança do fogo. Começa no final da tarde, enquanto anoitece. Ao final do espetáculo já é noite e eles finalizam com uma cerimônia com fogo.

A estória é faz parte do épico hindu Ramayana, mas é difícil de entender o que está acontecendo. Digamos que nos faltou erudição para seguir bem a estória.

O mais bacana é que a dança é acompanhada apenas de um coral de 50-60 homens. Sem instrumentos musicais. 

Muitos efeitos sonoros e a repetição dos sons induzem, segundo a proposta da dança, à uma espécie de transe. Os cantores passam uma hora fazendo um barulho sincopado "chak...chak...chak", enquanto os solistas cantam melodias simples e repetitivas. 

Muito bacana, o espetáculo tem algums momentos de comédia quando os personagens interagem com os turistas. Não creio que essa parte esteja muito bem descrita no Ramayana.




Saturday, July 24, 2010

Krupuk, Kerupuk ou Kroepek

Uma das iguarias que mais nos surpreendeu aqui em Bali (mas tb vimos na Malásia) foi um salgadinho. Na TV eles mostram uma dona de casa comprando uns "chips" no supermercado e fritando em casa.

Parecia engraçado. Imagina só. Comprar um salgadinho e fritar! Deve ser uma bomba.

Pois bem. A vida dá voltas. Estou há dias comendo esses salgadinhos aqui na nossa pousada sem me dar conta de que são os mesmos da TV!

Trata-se de uns "baconzitos" de camarão, feitos com farinha de tapioca. São super leves e viciantes. Uma delícia. Quando são fritos, eles explodem tipo pipoca.

São muito populares na Indonésia, Malásia, Vietnam e Filipinas. Entendo a razão.

Friday, July 23, 2010

Nossa morada balinesa

Estamos no sul de Bali, onde ficam as praias de areia branca.

É bem no sul mesmo, numa pontinha da ilha. Nosso bungalow fica numa pousada chamada Suara Ombak, que pertence a um americano da Califórina, o Rob. Um cara muito bacana, cheio de histórias para contar. 

Aquela história. Veio surfar quando jovem, se encantou com o lugar, casou com uma moça daqui e lá se vão 30 anos.

O lugar é bem fora de mão, mas nada de mais com o carro que alugamos. E o bom é que fica longe do fervo de Kuta, uma enorme aglomeração de casas, lojinhas, pousadas, etc. Alguns super-hotéis e restaurantes no meio, mas uma muvuca no geral.



O local tem seus prós e contras. Não foi amor à primeira vista, apesar da vista para o mar.

É um lugar para surfistas, não para yuppies que querem viver um sonho balinês. Ou seja, tem tudo, mas é um pouco rústico. É como ficar na casa de alguém daqui.

Alguns outros lugares de Bali fazem o estilo "sonhos nos mares do Sul" ou "encantos exóticos nos arrozais". Não dá para dizer que não seja atrativo. Mas não é o caso da nossa pousada

O bom do nosso é que é super bem localizado para irmos à praia e fazermos as aulas de surf. A Miroca também começa amanhã um curso de yoga numa pousada bem aqui ao lado.

Com isso, resolvemos ficar aqui 2 semanas e ir na última semana para Ubud, onde ficam os arrozais e onde estão aqueles locais que a gente associa com Bali. Já achamos um hotel super bacana, charmoso, com decoração típica, de cara com um arrozal.

Porque ninguém aqui é imune aos sonhos balineses.

Padang-Padang killer 180. wave

Para um olho não treinado pode parecer que eu e as crianças simplesmente subimos na prancha na beira de praia e tiramos a foto. Isso porque esse ingênuo observador não conhece a "killer 180. wave" de Padang-Padang.

Primeiro as apresentações. Padang-Padang é a praia que frequentamos aqui em Bali e onde a nossa Surf School . Ou seja, onde somos "locais".

Quanto à famosa killer wave. É uma onda enorme, longa, quase um Tsunami. Ok, um mini-Tsunami. Ela pega o surfista quase em alto mar e leva até a praia. 

Aí acontece uma coisa incrível. A onda dá uma uma meia volta e coloca os surfistas na praia. As crianças e eu tivemos a sorte de terminarmos, simultaneamente, no mesmo lugar. E bem na frente da Miroca com a câmera na mão!

Não é inacreditável? E vcs pensando que foi uma foto posada....

Quer surfar?

Então tem que carregar a prancha. Nada de moleza.

E olha que essas pranchas de principiantes são bem mais pesadas que as dos profissionais.

Tuesday, July 20, 2010

Bem-vindo, seu fracote branquelo

Chegamos em Bali há alguns dias. Conexão Internet não é o forte na nossa pousada, que fica no meio da natureza de frente para algumas das melhores praias para surf da ilha. Claro que nenhuma para o nosso bico, só tem fera surfando naquelas pedras.

Pois logo na chegada já fomos muito bem recebidos. No primeiro dia pegamos um taxi da pousada para a cia de aluguel de carros. O taxista ficou surpreso que fôssemos brasileiros.

Ele me olhou de alto a baixo e me disse que eu não parecia brasileiro. E eu tive a infeliz idéia de perguntar a razão.

Ele me disse que havia muitos brasileiros em Bali, mas todos eram bronzeados, fortes e musculosos. Para não deixar dúvidas, ainda demonstrou o que ele queria dizer mostrando o tamanho de ombro que ele costumava ver....

Mas ele vai ver quem é fracote e branquelo quando eu concluir a Surf School  :-)

Thursday, July 15, 2010

Char Kway Teow

Ary, essa é para ti...


A comida da Malásia é similar à da Tailândia. Talvez um pouco menos perfumada. O prato que eu mais gostei por aqui foi o Char Kway Teow. Na verdade, gostar é pouco. Eu adorei esse troço...

Char kway teow, literalmente fios de arroz fritos (na Wok), é um prato popular de noodles na Malásia, mas também na Indonésia, Cingapura e Brunei. É um prato típico de "hawker stall", aquelas barraquinhas de rua com um monte de mesinhas espalhadas pela calçada.

De que se trata? São fios de massa de arroz chatos, tipo fettuccine, fritos em alta temperatura em um molho de soja escuro bem leve. Vai pimenta, um tal de belachan, suco de tamarindo, camarões inteiros, brotos de bambu e um tipo de molusco. O prato é muitas vezes misturado com ovos (fica ótimo), lascas de linguiça chinesa e bolinhos de peixe.

O Char koay teow é tradicionalmente frito em banha de porco, com tostadinhos de bacon e servico sobre uma folha de bananeira em cima do prato. Não é particularmente leve. Nas partes mais tradicionais (muçulmanas) da Malásia eles substituem a banha por óleos vegetais.

É uma verdadeira delícia. Comi pela primeira vez em Penang, no conhecido Song River Café. O prato custou R$ 2, mas tive que pedir 2 porque era pequeno. Aí a conta chegou a estratosféricos R$ 4. Mas os camarões eram gigantes e tinha todos os ingredientes "supracitados". 

O problema de começar em Penang (uma ilha à oeste da Malásia, no estreito de Melacca) é que lá é o centro culinário da Malásia. É como comer a primeira moqueca em Vitória, o primeiro churrasco no Rubayat, etc. A partir daí é ladeira abaixo. 

Wednesday, July 14, 2010

Abre o olho, São Paulo

Para brasileiros, viajar pelo Sudeste Asiático apresenta um vantagem adicional. A viagem nos permite comparar o Brasil com países em nível similar de desenvolvimento e, se é que podemos chamar assim, de riqueza.
A Malásia é um bom exemplo. Apesar de ter partido de muito atrás do Brasil, ela é hoje um país, no mínimo, comparável. Era uma colônia até 1957 e era miserável. Para complicar, a mistura de malaios, chineses e indianos gera uma dose considerável de tensão.
Pois bem, vamos comparar então Kuala Lumpur (KL, para os íntimos), com São Paulo (vulgo Sampa).
Sampa se vangloria de ser uma metrópole cosmopolita, com seus edifícios, um centro de consumo e uma meca gastronômica. Pois é mesmo. E eu estou até com saudades.
KL (leia-se quei él) é tudo isso também, com algumas vantagens.

Os arranha-céus colocam os de Chicago no chinelo.
Em termos de consumo, por exemplo, um dos shoppings bacanas daqui - o Pavillion - mete o Iguatemi, o Cidade Jardim e a Daslu no bolso. Juntos é claro, para não perdê-los no meio das moedinhas.
Quanto à gastronomia, a variedade em KL também é grande. Claro que puxando para as especialidades indianas e asiáticas, mas com muita coisa européia também.
A diferença em relação à Sampa, é que uma família pode curtir um festim culinário com R$ 10 por cabeça. Claro que pode gastar muito mais, mas o piso é baixo, e qualidade nesse nível já é muito boa.
Para completar, KL é coberta por florestas tropicais, tipo Floresta da Tijuca. São parques enormes de um lado da cidade e bolsões no resto. Num desses bolsões, uma floresta de 3 milhões de anos, tem até passeio ecológico. Com guia florestal e tudo. A 1 km das Petronas Towers.

Até o trânsito é muito melhor. Algo a ver com as mega autopistas que cruzam a cidade e o monorail elevado. Com a diferença que a estrutura do monorail é leve e não cria embaixo um cenário de medo tipo Minhocão.
E a cereja do bolo é que a cidade parece muito mais segura que a nossa. Os bancos tem portas tipo McDonald´s e não vi segurança ostensiva. O fato de darem prisão perpétua em caso de porte ilegal de arma talvez contribua. Até há pouco, era pena de morte. Mas o principal fator que leva a isso é com certeza a cultura (e religião), já que pena dura, por si só, não resolve.
Mas vamos dar um bom desconto nessa avaliação, porque são apenas observações superficiais de quem passou alguns dias por lá. Seguramente, há bastante poeira debaixo do tapete.
Mas não tenham dúvida que uma visita a KL abre os nossos olhos paulistanos...

Sunday, July 11, 2010

Time out

Nosso blog congelou uns dias e agora estamos entrando num periodo de passeiso em um parque florestal. Vamos ficar uns dias fora do ar.

Cambio e desligo

Tuesday, July 6, 2010

Universal Studios - missão quase cumprida


Já não podemos ser chamados de pais desnaturados porque levamos nossas crianças para tudo quanto é canto, menos para mega parques temáticos.

Topamos com um parque novinho da Universal Studios aqui em Cingapura.

OK, não foi tanta surpresa assim porque meu amigo e contemporâneo de "dolce farniente" sabático, Armando, já havia me alertado para essa feliz coincidência.

Mas para as crianças foi surpresa total e eles ficaram encantados.

A chuva torrencial que caiu até aumentou o realismo do passeio "Jurassic Park". Era na água e ficamos ensopados, apesar das capas de chuva. A família indiana, com senhoras de sari, nem se fala...

Agora só falta uma pitada de Euro Disney e, quem sabe, uma Disney Hong Kong e os nossos rebentos não serão mais párias da nossa sociedade de consumo :-)

Cingapura é estranha mas muito bacana





Cingapura é realmente uma cidade estranha. Urbana demais, mas também verde demais. Uma mistura de gente com caras muito diferentes.

Construções rocambolescas (vejam o navio em cima dos edifícios), misturadas com casario clássico. A limpeza é realmente maníaca. Parece mais limpa que a casa da gente, com exceção de alguns enclaves étnicos, que também são bastante limpos.

Nós gostamos. Pode ser plastificado, mas dá uma sensação de conforto muito grande.

Talvez não seja a melhor cidade do mundo para se fazer turismo, mas parece ser um excelente lugar para se viver. Claro que um bom emprego deve ser essencial para garantir essa qualidade de vida. Além de um bom guarda-chuvas, porque chove bastante.

O Daniel e os nativos


O Daniel anda fazendo sucesso com os nativos dessa parte do mundo. Eles não param de correr atrás dele.

Ainda bem que o Daniel é um garoto bacana e leva tudo na esportiva.