Começamos nossa viagem pela Ásia com a Malásia. Depois de passar por Doha, chegamos à Kuala Lumpur ontem à noite. E ainda deu tempo de ver o jogo de Brasil durante nossa parada no Qatar!
Na verdade, só chegamos em KL (já estamos íntimos) porque fomos imediatamente transportados para uma cidade próxima, chamada Melacca (ou Melaka). O motorista passou a viagem inteira falando de futebol, da seleção, etc. Umas 2 horas. Acho que ele não vê muitos brasileiros por aqui. Principalmente durante a Copa do Mundo...
Melacca é uma cidade com forte influência colonial holandesa e inglesa. Os portugueses chegaram antes por aqui, mas os holandeses tomaram a cidade em 1641. Como houve um cerco de 6 meses, não sobrou quase nada da arquitetura portuguesa.
Conta a lenda que muitos locais tem antepassados portugueses porque esses não se abstiveram de se "misturar" com as locais. Onde foi que eu já ouvi esta história antes?
A Malásia é famosa pela tolerância religiosa e pelo convívio entre as diferentes etnias. Deu para ver isso aqui em Melacca, onde as comunidades malaia, chinesa e indiana convivem (aparentemente) muito bem.
As religiões principais estão bem representadas na Harmony Street, onde uma mesquita, um templo budista, uma igreja e um templo hindu foram construídos um ao lado dos outros. Entramos em todos (menos na igreja) em questão de minutos e fomos muito bem recebidos.
Deu até para impressionar o pessoal da mesquita com umas palavrinhas em árabe. Falar árabe aqui é sinal de erudição. O país é muçulmano, eles escutam o Alcorão em árabe, mas muito poucos sabem falar. É um pouco como o latim em outros tempos.
Fizemos um simpático passeio de Trishaw, umas bicicletas com sofazinho. Todas muito coloridas, algumas com música e tudo. Pegamos um tiozinho de mais de 65 anos que era um personagem de livro. Super animado, contava várias histórias, fazia piadas e dava conta do recado nos pedais. A Miroca e o Daniel foram com ele, escutando uma eclética trilha sonora em alto volume. Eu e a Sofia fomos atrás com um "assistente".
Ele é bem conhecido na cidade como o homem da coca-cola, porque ele usa o logo na sua bicicleta. Outra coisa interessante é o cartão dele. Além de falar sobre os passeios, preços, etc, ele diz que "fala todas as línguas". Não duvido.